terça-feira, 12 de março de 2013

PEDAGOGIA PÚBLICA DO DISCURSO FEMINO, OU COMO LEMOS “FUI ABUSADA”.


Este artigo foi motivado por uma onda de comentários, paródias e piadas que invadiram redes sociais, produções midiáticas e conversas cotidianas no final do mês de maio de 2012 sobre temas ligados à violência contra a mulher, papel de gênero feminino e direito ao discurso a partir de dois eventos daquele mês. O primeiro foi o depoimento da apresentadora de televisão Xuxa a um telejornal de grande audiência em rede nacional, em que declarou ter sido vítima de abuso sexual durante sua infância. O segundo evento foi a Marcha das Vadias, uma manifestação de repúdio à violência contra a mulher que aconteceu em diversas cidades do país e do mundo. As diversas produções midiática e comentários postados em redes sociais e vídeos ligados a esses eventos tomaram como temas chave questões ligadas à veracidade de denúncias de abuso feminino, supostos interesses outros daquela que declara ter sido abusada, neste caso uma celebridade, comportamentos femininos que “provocam” estupros e são considerados adequados ou não, direito à denúncia relacionado ao delatar o autor e ao tempo transcorrido a partir da violência sofrida, dentre outros. Buscamos problematizar a situação imagética do ser mulher na sociedade brasileira e os efeitos de discurso que esta provoca enquanto pedagogia pública (Giroux, 2011) a partir de uma leitura crítica de comentários a vídeos postados no YouTube por anônimos e outros feitos na mídia por jornalistas e celebridades tanto narrando ou parodiando, quanto comentando estes fatos. Com essa leitura crítica podemos perceber indícios de crenças sobre papéis femininos e não-femininos, que entrecortam narrativas potencializadoras de valorização ou descrédito da voz feminina e da luta pelos seus direitos, em prol de uma manutenção do status quo heteronormativo. A partir dos Estudos Culturais e da teoria crítica, percebemos o discurso midiático enquanto aparato cultural constituinte de um currículo social negociado pelos sujeitos a partir de seus saberesfazeres, sendo utilizado tanto para conformar o que parece um efeito hegemônico de verdade quanto para questioná-lo e desconstruí-lo.

Palavras-chave: Estudos Culturais; Currículo; Pedagogia Pública; Narrativas femininas.
Para lr o texto completo clique aqui.

domingo, 10 de março de 2013

The relationship between academic knowledge and work places


Lecture Description

A moment to think about and discuss the amount of academic knowledge we bring into our lives and the way subjects negotiate what they have learned to do in the academy with the everyday practices in work places. A question that would guide the talk is whether a certain knowledge should or not be valued more than the other.

 

A little history...

At first, to become a professional one had to work for some time in the area to learn by practicing. For instance, a ship building leader in the middle age would be someone who had already worked building ships by helping another ship builder.

In colonial Brazil, a barber would perform any kind of surgery. To receive a medicine diploma he would have to go through an exam: he had to operate someone in front of a judge. If the person survived he was approved, otherwise he could try again later.

It has been a short time in human history since we started asking for a college degree from someone who applied for a job. Because of the modern science rise, specialism to perform different activities started to be valued and a graduation to be asked for.

Another example is that although the first engineer known by name and achievement was Imhotep, designer of the stepped pyramid at Saqqara near Memphis, circa 2550 BC, the first engineering school in the world, The Corps des Ponts et Chaussees, was opened in 1747 in France.

For some time to be a professional you could either learn by working or going to college. Until very recently we had “practical dentists” in Brazil. Then unions started to be organized and graduation diplomas became compulsory for some professionals.

Colleges are now considered the locus for academic knowledge development. In many courses theory has become so philosophical that some students feel that what they learn in classes has no relation to everyday work. Recently, in an attempt to change the way colleges have organized knowledge some universities are adopting strategies to bring close together work and education, such as:

o   Apprenticeship                

o   Internships

o   Sandwich courses

o   Applied MSc

o   Special Purpose Awards

 

To read and think of:

GOMES, Laurentino. 1808. São Paulo: Ed. Planeta, 2007.

MURPHY, Anne. The interface between academic knowledge and working knowledge: implications for curriculum design, pedagogies and assessment. Dublin: DIT, 2008.

SANTOS, Boaventura de Sousa. Renovar a Teoria Crítica e Reinventar a Emancipação Social. São Paulo: Boitempo, 2007.

SAVIANI, Demerval. História das idéias pedagógicas no Brasil. Campinas: Autores Associados, 2007.